Iluminação artificial pode ser prejudicial para plantas, insetos e metabolismo humano

Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Um estudo sobre o impacto da iluminação artificial sobre o meio ambiente revelou os efeitos da luz sobre a biodiversidade. Segundo o pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia, IEE, e do Laboratório de Estudos Evolutivos do Instituto de Biociências, IB, da Universidade de São Paulo, USP, Alessandro Barghini, as luzes artificiais geram poluição astronômica, liberando dióxido de carbono em excesso.

Em março, Barghini lança o livro “Antes que os vaga-lumes desapareçam”. O título faz referência ao efeito sobre os vaga-lumes. As fêmeas começam a brilhar quando a iluminação reduz e como as luzes artificiais são muito fortes, as fêmeas não piscam e deixam de atrair os machos para reprodução.

A obra reúne as informações levantadas pelo pesquisador em sua tese de doutorado, em que analisou os efeitos da iluminação sobre espécies vegetais e insetos. “No caso da luz artificial, a radiação ultravioleta pode ser muito maior que a do Sol, cujas ondas são filtradas pela atmosfera, por isso algumas luminárias halogênicas possuem anteparos de vidro para filtrar a radiação”, destacou Barghini.

A ação sobre o metabolismo humano foi apontada pelo pesquisador, devido à dificuldade de percepção e adaptação à escuridão. “Todas as espécies se adaptaram a escuridão, embora os seres humanos só dêem conta dessa percepção após uma ou duas horas em ambiente não iluminado”, disse.

A trajetória dos insetos que se orientam pelas luzes noturnas pode ser prejudicada. A floração de algumas árvores também pode ser afetada. “Alguns pássaros nas grandes cidades cantam a noite toda devido a presença da iluminação pública”, destacou.

Apesar dos pontos negativos elencados pelo autor, alguns efeitos benéficos também podem ser destacados. Há necessidade de uma avaliação sobre o modo de exposição.
*Com informações da Agência USP.