Será realizada na manhã desta quarta-feira (12), uma vistoria novo aterro sanitário de Maceió. Participam da visita representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Estado de Alagoas e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo a procuradora da República Niedja Kaspary, o objetivo é verificar, entre outras coisas, de que forma a Central de Tratamento de Resíduos está trabalhando e se a coleta seletiva já começou a ser foi implantada.
O aterro sanitário
O Centro de Tratamento de Resíduos de Maceió – nome técnico do novo aterro sanitário – foi inaugurado no último dia 30 permitindo que a Prefeitura de Maceió dê início a uma nova fase no tratamento de resíduos sólidos no município. No decorrer de 20 anos, o espaço vai receber quatro células, que serão construídas à medida que uma já destinada ao lixo, esteja chegando ao seu limite de uso. Ao todo, o investimento previsto, nas duas décadas, será de aproximadamente R$ 300 milhões.
Cada célula terá vida útil em torno de 5 anos e o aterro sanitário foi projetado para receber 1.400 toneladas de lixo por dia. Esse total foi calculado com base no que é depositado hoje no lixão de Cruz das Almas.
No mesmo local também será ativada uma unidade de beneficiamento de entulho e uma estação para captação do gás produzido pelo lixo. A intenção é reciclar ao máximo o lixo que será depositado no local, já que a reciclagem, além de reduzir o impacto ambiental, também ajuda a prolongar a vida útil das células.
Segundo o consultor ambiental Alder Flores, a expectativa é que o aterro sanitário funcione na região do Benedito Bentes pelos próximos 30 anos, num terreno de 140 hectares.
O início das obras
O aterro começou a ser construído em agosto do ano passado e custará R$ 300 milhões. O projeto está sendo executado por um consórcio de empresas – o mesmo que vai recuperar a área degradada do antigo Lixão – dentro dos mais modernos conceitos de preservação ambiental, segundo a Prefeitura de Maceió.
Cada célula será impermeabilizada antes de receber os resíduos, e haverá poços de monitoramento na região, que vão ajudar no controle da contaminação. O chorume será todo canalizado, armazenado em tanques de fibra e tratado, antes de ser evaporado. Uma espécie de lagoa artificial, que terá 5 mil m³, também será construída para que a sua água possa ajudar no tratamento do chorume.
Maceió sem aterro
Maceió era a segunda capital do Nordeste a não possuir um aterro. Em 2005, o Ministério Público Estadual recomendou a realização das obras à Prefeitura, que, em 2008, iniciou o projeto cujo objetivo era dar ideal destinação as 1.400 toneladas de lixo produzidas por dia – sendo que 700 toneladas correspondem a entulho, que pode ser reaproveitado.
O local escolhido foi fruto de um levantamento que levou em conta estudo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), além das considerações de órgãos ambientais e das comunidades circunvizinhas. O aterro fica a 3,98 km da área residencial mais próxima, no Benedito Bentes, e a 4 km do litoral, seguindo todas as normas ambientais – como a de tratamento do chorume, o líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica. Ao invés de jogá-lo no leito de um rio, o chorume será submetido a um moderno processo de evaporação, podendo ainda ser utilizado como fonte alternativa de energia.
O projeto do aterro também contempla um centro administrativo para dar suporte aos funcionários que trabalham no local e um parque sócio-ambiental na área do atual lixão, de acordo com Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Fonte: GazetaWeb